Líder da Federação acusa militante expulso de "desespero"
"Isto é uma fuga para a frente em desespero, depois de ter sido expulso pelas matérias graves e pelos métodos totalmente condenáveis", afirmou à agência Lusa João Paulo Pedrosa, considerando ser "completamente abusivo querer transportar estes factos para a disputa António Costa/António José Seguro, na medida em que o primeiro camarada a denunciar os métodos utilizados por este senhor agora expulso é um apoiante, desde a primeira hora, de António Costa".
João Paulo Pedrosa sublinhou que "o partido tem regras" e Diogo Coelho "foi expulso e bem expulso".
O Conselho Nacional de Jurisdição (CNJ) expulsou Diogo Coelho, considerando que este teve uma "atuação continuada, infracional dos estatutos e regulamentos" do partido, "toda dominada e presidida pelo mesmo processo resolutivo", o desejo de "querer ser a todo o custo" o cabeça de lista do PS à Câmara de Pedrógão Grande nas autárquicas de 29 de setembro último.
No processo disciplinar, iniciado após queixa do presidente da Federação Distrital, João Paulo Pedrosa, a CNJ apurou que Diogo Coelho "não transmitiu, nem deu conhecimento a militantes nem a membros" da concelhia "do regulamento e calendário" para a eleição do primeiro candidato à Câmara de Pedrógão Grande. Por outro lado, não deu conhecimento ao presidente da Federação Distrital, nem ao Secretariado Nacional do PS da data da reunião da concelhia para a designação do candidato.
Hoje, em conferência de imprensa, o presidente da concelhia de Pedrógão Grande anunciou que vai recorrer da decisão de expulsão para o Tribunal Constitucional, afirmando-se vítima de uma "perseguição política sem precedentes" que visa o seu "assassinato político".
"Este PS de António José Seguro, ao permitir estes métodos persecutórios e estalinistas com vista à eliminação de militantes, não honra nem dignifica a história, os fundadores, os princípios, os valores e os ideais que estiveram na génese da formação do PS", declarou Diogo Coelho.
Manifestando estranheza pelo "sentido de oportunidade" da expulsão, que ocorreu "poucos dias depois" de ter manifestado apoio a António Costa para a liderança do partido e a José Miguel Medeiros para a Federação Distrital de Leiria, Diogo Coelho considerou que, "neste processo indecoroso, escabroso e infame", de que está a ser "injustamente vítima", o secretário-geral do PS "não pode lavar as mãos como Pilatos", mas antes "assumir as suas responsabilidades e consequências políticas".
Na conferência, Diogo Coelho, munido de documentos e registos áudio da reunião, negou esta situação e defendeu que quem "teve uma atuação continuada, infracional dos estatutos e regulamentos" foi o presidente da federação,que "avocou o processo autárquico de Pedrógão Grande de forma ilegal", tendo imposto "a todo o custo" António da Silva Pena para candidato.